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Brasil dos oligopólios:

em 50 anos, país consolidou uma economia cartelizada e concentrada em grandes empresas



Oligopólio

O termo Oligopólio corresponde à uma estrutura de mercado de concorrência imperfeita em que o mercado é influenciado por um determinado número de empresas, assim, essas organizações controlam alguma oferta de produtos e/ou serviços, afetando as reações e comportamentos de outras nessa lei de mercado.

Sendo considerada uma forma evoluída de monopólio, acaba por envolver um grupo de empresas, promovendo o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços, como empresas de mineração, laboratórios farmacêuticos, e bancos. As formas de oligopólio são: Cartel, Truste, Holding, Conglomerado e Monopólio.

As principais causas do aparecimento de mercados oligopolistas são a escala mínima de eficiência e características da procura. Em tais mercados existe ainda alguma concorrência, mas as quantidades produzidas são menores e os preços maiores do que nos mercados concorrenciais (ainda que relativamente ao monopólio as quantidades sejam superiores e os preços menores).

Um dos principais efeitos, quando não há cooperação entre as empresas nesses mercados, é a influência da curva da procura do produto da empresa em relação à reação das demais organizações; para evitar a guerra de preços (cartel), tenta-se fazer a diferenciação do produto acerca do cliente. Além desse, o lucro econômico está entre o longo e curto prazo e, quando faz parte da estrutura de mercado, pode permitir que as organizações consigam maiores lucros graças aos consumidores e ao progresso econômico, caso a sua atuação no mercado seja baseada em cartéis, pois assim terão os mesmos lucros como um monopólio.

Você nem percebe, mas quase tudo que faz no seu cotidiano passa pela conta bancária dos oligopólios e cartéis econômicos que amarram e dominam a economia brasileira. Muitos foram formados nos anos 60 e 70 e se consolidaram nos anos 80, 90 e 2000. Veja abaixo uma lista de alguns oligopólios.

Nenhum governo nos últimos 50 anos atuou para impedir a consolidação de uma economia dominada por oligopólios, pelo contrário, todos fomentaram ainda mais a cartelização da economia brasileira.

Há inclusive estudos sobre a concentração do setor bancário, por exemplo, ainda no governo ditatorial. “O Governo brasileiro, a partir de 1967/68, pôs em prática algumas medidas para concentrar o sistema bancário. Tais medidas foram ratificadas no início da década de 70, quando da criação da Comissão de Fusão e Incorporação de Empresa (Cofie), em 1971″(Link).

De lá pra cá, o Brasil se transformou no país dos oligopólios. Baixo crescimento e inflação são os resultados visíveis de uma economia cartelizada e concentrada. Não há crescimento econômico nem queda de inflação com consistência em um país que direciona seus investimentos para oligopólios que atuam em seu próprio mercado. Nessa situação, só resta a receita neoliberal de subir juros, sacrifício da população, ajuste fiscal etc.

A maioria dessas empresas recebe bilhões de reais dos governos (federal e estadual) de diversas formas, principalmente com contratos intermináveis, empréstimos subsidiados e anúncios. Além disso, parte desses oligopólios compõe a fonte de recursos das milionárias campanhas eleitorais, criando um círculo vicioso. Eles financiam os políticos que lhes dão mais benefício e assim sucessivamente.

O maior símbolo dessa situação é o Brasil ter conseguido criar a multinacional da carne. Enquanto outros países fazem multinacional de tecnologia, aqui o BNDES fez a multinacional da vaca. E agora, a TV diz que a vaca boa é a da empresa, criada com dinheiro subsidiado pelos brasileiros.

Que governo terá coragem de enfrentar esses oligopólios e dar um choque de capitalismo na economia, impedindo qualquer forma de transferência de recursos públicos para empresas com amplas fatias de mercado?

É possível que você se lembre de outros oligopólios. Veja a situação do Brasil:

Oligopólio do setor bancário: 80% dos depósitos concentrados em 5 bancos. Isso há 2 anos, agora é maior (Link) Um mercado dominado por Itau, Bradesco, Santander, além dos estatais Caixa e Banco do Brasil.

Oligopólio do setor de bebidas: Coca-Cola Brasil, AmBev e Brasil Kirin, todas com grande capital com participação internacional, que juntas reúnem cerca de 90% do faturamento do setor. (Afrebras)

Duopólio do Chocolate: Nestlé e Kraft dominam 76% do mercado de chocolate no Brasil. (Lafis)

Duopólio da carne: essa é a obra prima do BNDES no governo Lula. BRF (Sadia e Perdigão) e JBS ( Friboi, Seara, Swift, Maturatta e Cabana Las Lilas)

Oligopólio do setor de telefonia e internet: 5 empresas dominam todo mercado, obra-prima do governo FHC, mantida pelo governo Lula e Dilma. Vivo e Tim com 56% do mercado, e Oi, Net, Claro e Nextel completam praticamente 100% do mercado oligopolizado.

Oligopólio do setor de mídia eletrônica: A velha mídia formada na ditadura: Globo, Record, SBT e Band controlam quase 100% da audiência das TVs abertas com financiamento a perder de vista com publicidade estatal.

Oligopólio da mídia impressa: As mesmas famílias: Abril, Folha, Globo, Estadão dominam o setor com o financiamento estatal via publicidade.

Oligopólio no setor petroquímico: Os mesmos grupos estão em todas as plantas industriais (Link) PQU (Unipar, Down/UnionCarbide/Suzano/Petroquisa), a Brasken (Odebrecht/Petroquisa), Copesul (Odebrecht/Ipiranga/Petroquisa) e Riopol (Unipar/Suzano/Petroquisa)

Oligopólio do setor automotivo: Um velho conhecido brasileiro, mas agora com cinco marcas: Fiat, Volkswagen, GM, Ford e Renault detém 80% das vendas de automóveis.

Oligopólio da construção civil: esse é o mais pulverizado, mas na esfera nacional concentra algumas empresas, todas envolvidas no escândalo da Petrobrás. Elas abocanham o PIB brasileiro nas principais obras do governo: Camargo Corrêa, Odebrecht, UTC, Andrade Gutierrez, Engevix e Queiroz Galvão, OAS.

Oligopólio da saúde: Na saúde existem a pulverização de operadoras (porto seguro, intermedici e Santas Casas) e no País há a concentração dos planos: Saúde Bradesco, Prevent Senior, Qualicorp, Unimed, Amil Saúde e Omint.

Oligopólio da educação: A fusão das duas maiores empresas de educação superior do país, as gigantes Kroton e Estácio, concentram 75% das matrículas no setor privado. Um estudo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) mostra que um oligopólio neste setor é altamente concentrado e recentemente decidiu a não fusão das duas.

A reflexão sobre nossa economia é extremante pertinente devido aos acontecimentos de interesses privados como a corrupção e também a retomada da economia e escassez de empregos. Não será de uma hora para outra que sairemos desta matriz que se formou. Uma saída entre outras é atrair a concorrência externa e contribuir para o empreendedorismo nacional crie novas empresas nos setores concentrados aumentando a concorrência e o resultado esperado é emprego e preços baixos. Não será

fácil!


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