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Foto do escritorRafael Sanson

Como fomentar um ambiente colaborativo nas empresas



Mentoria reversa, trabalho híbrido e liderança humanizada são alguns dos meios utilizados pelas grandes companhias.


Caminhos para fomentar um ambiente colaborativo nas empresas

Propiciar um ambiente colaborativo é bom não só para a empresa, mas para os funcionários. Segundo a pesquisa Profissional do Futuro 2021, da CI&T, 81% dos colaboradores entrevistados disseram ter um mindset de crescimento em face aos 19% que preferem focar pensamentos fixos e imutáveis.

Além disso, o estudo mostra que entre as competências dos profissionais do futuro estão a alta capacidade de inovação, de serem disruptivos e a habilidade de estabelecer uma comunicação clara e produtiva, criando relações mais humanizadas de trabalho.

Unindo isso ao fato de que em 2020 as gerações Y e Z se afirmaram como a maioria da força de trabalho global, segundo o relatório Megatendências 2021, da PMI, a necessidade de o setor de recursos humanos se adequar é ainda mais latente a fim de conseguir captar e reter esses profissionais.


Noções de comando x controle no ambiente colaborativo

Foi-se o tempo em que a figura do chefe era a de alguém bravo, que não aceita ser contrariado e que não oferece espaço de fala para seus subordinados opinarem sobre o serviço. Hoje, as experiências dos colaboradores devem ser pensadas com mais cautela e estratégia. Afinal, eles acabam sendo um reflexo de como a companhia enxerga o papel de quem está ali, dia após dia, se dedicando para alcançar os melhores resultados.

“A liderança não orientada ao comando e controle estimula o time para ter autonomia e para desempenhar sua função com maturidade, sem que seja necessário o acompanhamento constante. A velocidade exponencial das mudanças e a complexidade trazida por elas dão espaço a uma gestão cada vez mais colaborativa, onde as equipes se sintam empoderados para desempenhar seu trabalho e entregar os resultados. A pandemia acelerou ainda mais esse processo, substituindo cada vez o controle de horas trabalhadas”, relata Sandra Rodrigues, diretora de recursos humanos e líder de diversidade e inclusão para a América Latina da 3M.

“Há muito se fala em colaboração, mas a transformação que estamos vivendo tem reforçado ainda mais a necessidade de se trabalhar por propósito e objetivo comum, o que além de alavancar os resultados, gera mais satisfação das pessoas que se sentem mais valorizadas e incluídas”, frisa.


Mentoria reversa: por que experimentar?

Outra forma de se trabalhar que também desafia a visão tradicional de comando e controle é a mentoria reversa. O processo consiste em o executivo ser orientado por um profissional mais jovem sobre questões específicas, sua perspectiva sobre o negócio, o impacto das novas tecnologias no comportamento das pessoas, as mudanças na relação com o trabalho, sua leitura sobre o cenário organizacional, entre outros temas que o mentorado tenha interesse.

A Novelis, companhia multinacional produtora de alumínio, que adotou a mentoria reversa, nota o avanço no aprendizado de novas habilidades e soft skills que não estão totalmente relacionadas ao cargo do colaborador em questão, mas que auxiliam no convívio corporativo.

“As hierarquias são deixadas de lado para que haja uma troca com respeito pelo conhecimento de cada pessoa. Ao fortalecer a crença de que todos têm espaço para falar abertamente, contribuímos com o engajamento do profissional junto à organização, com a retenção de talentos, que se sentem ouvidos e respeitados, e com a inclusão no ambiente de trabalho. Tudo isso irá contribuir com o desenvolvimento da empresa e, claro, com o de cada indivíduo. Com a mentoria reversa, fortalecemos os laços entre nossos funcionários e, consequentemente, com a nossa cultura organizacional”, pontua Glaucia Teixeira, vice-presidente de RH da Novelis América do Sul.


Funcionários engajados = mais retenção de talentos e produtividade e menos turnover

Um dos principais desafios para as organizações atualmente é a capacidade de gerar o sentimento de pertencimento em seus clientes: o consumidor que se sente próximo e acolhido pela marca dificilmente ficará tentado a consumir ou conhecer as ofertas da concorrência. A mesma lógica pode ser aplicada nos colaboradores, inclusive, e principalmente, em home office, já que o contato humano foi reduzido drasticamente.

“Funcionários engajados produzem mais por se sentirem satisfeitos e conectados com seu próprio propósito e o da organização. Engajar passa por dar espaço à criatividade e colaboração e promover um ambiente que permita a segurança psicológica. Um espaço onde ideias e o trabalho em equipe sejam fomentadas e o erro seja visto como fonte de aprendizagem”, reforça Sandra Rodrigues.

A pandemia de Covid-19 trouxe consigo certas questões que redesenham e colocam à prova o modelo presencial de trabalho. E como observado, somente um bom salário não basta para criar um clima laboral amistoso. Durante o último ano, algumas companhias investiram no envio de itens comemorativos até a casa do trabalhador ao atingir metas e na adaptação de eventos tradicionais para a modalidade on-line (ou até mesmo um happy hour da firma), por exemplo.

Fato é: o funcionário não pode se sentir de lado somente por não estar fisicamente no prédio da empresa ou vice-versa. E como para certos negócios o home office é uma tendência que veio para ficar, as técnicas para investir no ambiente colaborativo devem ser trabalhadas com mais afinco ainda e visando os dois lados dessa relação.

“O home office forçado foi uma ferramenta essencial, que nos ajudou a enfrentar a crise em tempo real, mas o escritório também provou seu valor durante esse período. A importância de espaços de trabalho equipados para qualquer indivíduo e organização como centros de colaboração e interação humana ficou mais evidente a cada momento que navegávamos por essa conjuntura sem precedentes. Ele fomenta a troca entre equipes e a construção de um senso de comunidade e de pertencimento frente aos valores da empresa”, afirma Lucas Mendes, diretor-geral da WeWork no Brasil.


Na prática: experiências colaborativas on e off-line

Para desmitificar a tese de que a produção de um ambiente colaborativo é balela, torna-se relevante observar alguns cases. Um deles é o da Serasa Experian. No final de 2019, a companhia inaugurou seu novo escritório.

O local tem conceito arquitetônico estruturado em design thinking com os colaboradores e adotou técnicas de Activity Based Working, neuroarquitetura, metodologia ágil e design biofílico, considerando espaços flexíveis, colaborativos e duradouros, que valorizam a diversidade, estimulam o bem-estar, o conforto e a produtividade dos funcionários.

“O caminho da transformação digital mexeu com a estrutura da companhia. Como pilares desse movimento, criamos ilhas de excelência baseadas na adoção de metodologia ágil, temos trabalhado a mudança de mindset e a evolução de nossos processos de recursos humanos, tudo isso suportado pela readequação dos espaços físicos. Agora com mais áreas que oferecem cooperação entre as equipes e locais que estimulam a criatividade, conseguimos aumentar o engajamento entre os funcionários”, comenta o presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi.

Além disso, a empresa, em dezembro de 2020, desenvolveu um novo programa de onboarding digital para os colaboradores que estão chegando agora. Utilizando ferramentas de gamificação, um mapa interativo apresenta as áreas de negócios, ao mesmo tempo que reforça mensagens importantes sobre a cultura e valores da empresa para todos, independentemente do cargo.

A cada fase, a pessoa conquista badges e destrava uma palavra-chave, que formará uma importante frase no fim da imersão, a qual reforça a missão da companhia. Os líderes ainda seguem uma trilha adicional na jornada, com informações sobre seus papéis e responsabilidades.

“Buscamos melhorar a experiência dos novos funcionários, por isso criamos um ambiente em que eles possam trilhar uma jornada de imersão de maneira interativa”, comenta o vice-presidente de recursos humanos, Flávio Balestrin.


Como construir e aprimorar o ambiente de trabalho

Os caminhos para elaborar um ambiente colaborativo dentro das empresas perpassam por alguns elementos relevantes e que requerem atenção. Por isso, Lucas Mendes, diretor-geral da WeWork no Brasil, e Sandra Rodrigues, diretora de recursos humanos e líder de diversidade e inclusão para a América Latina da 3M, dão dicas:


Ouça os colaboradores e dê o poder de escolha a eles

No futuro do trabalho, organizações precisam pensar sobre o ambiente como um ecossistema de espaços flexíveis que permitem que pessoas tenham escolha e controle sobre onde e como trabalham: esse planejamento irá impactar positivamente a retenção de talentos.


Tenha uma liderança humanizada

A colaboração se dá pelo estímulo à criatividade, autonomia e empoderamento. O líder precisa oferecer espaço para que o time possa ter clareza de seu papel e de suas responsabilidades, bem como de quais são as expectativas em relação às entregas. Ele precisa inspirar, dar a direção e deixar que os colaboradores desenvolvam o trabalho.

Ele precisa promover um ambiente de confiança onde as pessoas se sintam responsáveis pelo objetivo comum e se conectem com ele, possam se expressar e se sentirem acolhidas. Isso levará a melhores soluções e maior satisfação das pessoas que se sentirão parte.


“Destaco a demanda por uma liderança humanizada, capaz de trabalhar as vulnerabilidades da equipe e as suas próprias. Para, assim, gerar um ambiente que, de fato, traga a segurança psicológica onde as pessoas se sintam à vontade para falar de sentimentos e estreitar laços de confiança. Onde o líder possa expressar sua humanidade e estabelecer conexões mais fortes, sendo a colaboração e o engajamento fontes capazes de trazer resultados de maneira natural”, diz a especialista.


Foco no modelo híbrido de trabalho

Estudos, como o da consultoria Robert Half, já mostram que 95% dos funcionários veem o modelo híbrido como permanente. Logo, tenha em mente que as empresas, nesse novo formato, devem criar oportunidades para que todos estejam sempre em contato entre si e com a cultura da corporação.

“O escritório do futuro não é um local único. Ele é uma rede de espaços e serviços. Essa rede deve incluir ambientes projetados tanto para a realização de tarefas específicas, como trabalho focado, brainstorming de equipe e apresentações para clientes, quanto espaços mais despojados para descontração e relaxamento, e é o que oferecemos nos prédios da WeWork”, explica o diretor-geral.

Essas percepções se dão, porque em abril deste ano a WeWork realizou uma pesquisa em que mais de 2 mil profissionais americanos foram ouvidos, sendo metade deles C-level. Os dados encontrados são interessantes: 64% dos funcionários pagariam do próprio bolso para ter acesso a um espaço de escritório e 75% abririam mão de pelo menos um benefício em troca da liberdade de escolher seu ambiente de trabalho; 79% dos executivos C-level planejam permitir que seus colaboradores dividam seu tempo entre escritórios corporativos e o trabalho remoto.

Apesar de ter sido conduzida nos Estados Unidos, há um cenário parecido no Brasil com empresas de todos os tamanhos e setores repensando a forma como trabalham e apostando em um modelo mais híbrido.


Facilite as interações

Quem está on-line e quem está no escritório devem se conversar e se relacionar sem atritos. É necessária uma estratégia bem definida que pense em como as mensagens vão chegar a cada grupo de maneira eficiente e consistente. Quem está trabalhando de casa ou em um escritório satélite, por exemplo, tem que ter acesso aos mesmos recursos e atividades de quem está no hub.


Fonte: Consumidor Moderno

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