No atual mercado, profissionais estão inseridos no contexto conhecido como Mundo VUCA, termo que reflete as características Volatile (volátil), Uncertain (incerto), Complex (complexo) e Ambiguous (ambíguo) da sociedade.
Esse conceito consegue indicar as consequências da atual 4ª Revolução Industrial de forma muito clara e, assim, explica a necessidade iminente da Inteligência Emocional dentro das companhias.
Afinal, se as mudanças acontecem com agilidade, volume e escala cada vez maiores (volatilidade), isso provoca impossibilidade de antecipar o futuro (incerteza).
Neste contexto, é trabalhoso enxergar conexão entre os acontecimentos (complexidade) e difícil identificar seus significados (ambiguidade). Portanto, é preciso ter pessoas que consigam se adaptar e produzir neste cenário.
Por isso, a inteligência emocional, competência em que os sentimentos próprios e os dos demais são identificados e regulados para promover benefício, se tornou uma das habilidades mais desejadas pelo mercado.
Para desenvolver este ativo na atuação dos profissionais no contexto do Mundo VUCA, que é desafiador por natureza, o post de hoje traça um paralelo entre a Inteligência Emocional e o Design Thinking. Confira e coloque a abordagem em prática!
Apresentação do Design Thinking
Com a característica de trazer a holística do designer para os mais diferentes contextos de negócios — a partir de um processo 360º de imersão e análise, gerando investigação, empatia e entendimento sobre o público —, o Design Thinking é uma abordagem que provoca mudanças para promover resultados expressivos do ambiente propício para desenvolver produtos inovadores, completos e encantadores,
Para tanto, a abordagem segue três valores (empatia, colaboração e experimentação) e seis princípios que são determinantes na implantação.
A partir deles, o objetivo é incorporar, ao modus operandi da empresa, o processo e a mentalidade característicos e necessários ao funcionamento pleno do DT. Conheça-os:
Centrado no ser humano
Levar valor real para o cliente final, ao resolver um problema ou desejo latente do público.
Holístico
Visão sistêmica em que todos os processos e níveis de interesse são considerados (cadeia de valor).
Orientado pelo contexto
Entender o ambiente e as circunstâncias da utilização para adequar o serviço ou produto à real demanda do público.
Evolutivo
Reavaliar constantemente a efetividade da solução e do modelo de negócio para manter-se sustentável e relevante.
Visual
Facilitar, por meio de modelos visuais, a compreensão das informações, a fim de agilizar insights e identificação de falhas.
Multidisciplinar
Equipes com profissionais diferentes e complementares em conhecimento e habilidades para a criação de soluções abrangentes e completas.
Pilares da inteligência emocional
Após os princípios de Design Thinking estarem devidamente apresentados é hora de entender como a inteligência emocional funciona, ao conhecer os cinco pilares que a caracterizam.
Ao tomar atitudes que concretizem cada um deles, como resultado, espera-se um profissional equilibrado, estratégico, claro na sua comunicação e com bom relacionamento interpessoal.
Autoconhecimento
Identificar e reconhecer os próprios sentimentos nas diferentes situações.
Autorregulação
Trabalhar as próprias emoções, em duração e de acordo com o contexto.
Automotivação
Desenvolver perspectiva positiva e motivada frente a sentimentos negativos.
Empatia
Reconhecer e compreender as emoções dos demais sob o ponto de vista deles.
Habilidades sociais
Interagir socialmente de maneira clara, fluída e produtiva.
DT + Inteligência Emocional
Ao informar-se sobre os dois conceitos é possível perceber sincronismo entre eles. O entendimento sobre si mesmo (sentimentos, capacidade e potencial de colaboração e de interação) e sobre as outras pessoas (empatia e contribuição com os diferentes atores envolvidos no projeto) potencializa a atuação profissional.
Desta forma, o Design Thinking, é o ponto crítico, pois, é a partir de suas fases que o ambiente favorável é gerado. Afinal, a dinâmica para criar soluções, processos ou modelos de negócios, utilizando a abordagem, é, por consequência, um estímulo ao desenvolvimento e amadurecimento da inteligência emocional. Explico.
No DT é previsto investigar o contexto do potencial cliente e, a partir das perspectivas e dos conhecimentos específicos de cada profissional, compartilhar informações, construir hipóteses e testar soluções em conjunto, o que acontece no decorrer de todas as fases da abordagem (entendimento, observação, ponto de vista, ideação, prototipagem, teste, interação).
Tais ações só se tornam produtivas e passiveis de alcançar resultados expressivos a partir do momento em que os envolvidos pratiquem a inteligência emocional.
Pois, dentro do processo do Design Thinking, é necessário que, cada envolvido, se absolva de suposições para, de fato, colher dados e informações, entender os contextos e demandas, enxergar-se e fazer parte do todo (equipe).
Ou seja, aplicar inteligência emocional na capacidade de errar e interpretar este processo como aprendizado; de ouvir e considerar ideias e perspectivas dos demais membros; compartilhar as próprias formas de contribuição; construir em conjunto; estar aberto para os feedbacks e necessidade de alterações na solução.
Do contrário, haverá um ambiente hostil, de forte competitividade e prevalência de egos, fazendo com que não haja sinergia entre a equipe, uma vez que os profissionais estariam mais preocupados em se reafirmar e autopromover. Um ambiente propício à má vontade e boicotes interpessoais, além de brigas.
Em tais circunstâncias é evidente a falta de inteligência emocional. Como resultado, não seria possível entregar a melhor solução para o cliente, mas limitá-la ao que foi possível com pessoas que brigam pelo status da autoria da ideia.
O DT, em contrapartida, quebra o estigma de dono da ideia ao substituí-lo por um processo de construção de aprendizado coletivo, em que se aprende a cada fase, ao mesmo tempo que contribui ativamente com a solução e o desenvolvimento dos demais.
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